PROPOSTA

VI SEMANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS

AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A CRISE BRASILEIRA: ECONOMIA, POLITICA E VIOLÊNCIA

A mais recente crise sob a qual imerge o Brasil na atualidade traz consigo a oportunidade de ampliarmos o debate no campo das ciências sociais, ultrapassando a simples informação do fato com intuito de tomá-lo como objeto de estudo científico e aprofundarmos o conhecimento das causas políticas e econômicas que são o fundamento da desestruturação social brasileira.

Quando falamos em desestruturação social, não o fazemos como mero instrumento de retórica, mas levando em consideração os desdobramentos da crise no âmbito da vida individual e coletiva do povo que conforma nossa nação. Sendo a violência em especial, um termômetro que reflete a densidade do mal ocasionado pela má administração do Estado. Contudo, é necessário pensar a crise política/econômica vinculada ao contexto internacional, não apenas nas relações diretas com os demais Estados em crise, o que gera uma reação em cadeia, mas também na importância da análise política mediante uma realidade econômica internacional e globalizada, que não permite mais a nenhum Estado traçar um plano econômico, sem levar em conta os parâmetros internacionais. Desta feita, a política de um país não pode estar desvinculada de uma economia que ultrapassa as fronteiras da própria nação. O fator econômico tornou-se crucial para o exercício político, o que deixa para traz análises antigas, que determinavam a realidade do ordenamento social apenas em termos de “boa vontade política”. A boa vontade tornou-se uma pequena parte do negócio político, a economia internacional dita às regras do que é bom ou ruim para as nações e a violência reverbera essa lógica do capital dissociada da realidade cultural de cada povo.

Política, economia e violência são, portanto, fatores interligados no espectro social, avaliar um é necessariamente chegar aos outros numa rede de inter-relações que abrange a sociedade como um todo, obrigando cada indivíduo, enquanto cidadão do Estado, a ser partícipe conscientemente, ou não, de um momento difícil para história de nosso país, onde a recente onda de crédito foi substituída por uma grave recessão. O que parecia ser o desenvolvimento do país, exaltado pelo aumento do consumo, mostrou-se como uma intervenção econômica desastrosa.

Por outro lado, caracterizar a crise e suas dimensões reclama a identificação dos atores envolvidos, do objeto em disputa e seus mecanismos de produção. Algo que se impõe aos cientistas sociais que desejarem enfrentar os discursos interessados, que ora a classifica como sendo de ordem moral, política ou econômica, sem conectá-la com questões que poderiam pôr em cheque o próprio modelo de sociedade que vivemos. Que vem se estruturando em torno de processos de inclusão e exclusão, de indivíduos, grupos ou sociedades ao acesso a conhecimentos, tecnologias, bens e serviços socialmente produzidos.

Refletir sobre esses mecanismos de inclusão e exclusão no jogo político, econômico, social, cultural e ambiental de nossa sociedade, pressupõe a necessidade de explicar, por exemplo: Que tipo de Estado e sociedade queremos? Como o Estado brasileiro vem garantindo o processo de redistribuição das conquistas sociais? Quais as estratégias de mobilização dos recursos disponíveis e qual a sua destinação ao conjunto dos membros da sociedade? De que forma essas estratégias vem criando um ambiente favorável ao processo redistributivo, no sentido de garantir a fomentação de um sentimento de que todos os seus membros são portadores de direitos legítimos e como tal de gozar do acesso aos bens e serviços por eles produzidos? Tais questionamentos são, portanto, orientadores das reflexões que a VI Semana de Ciências Sociais da UFRPE deseja desenvolver.

OBJETIVOS

GERAL

A) Apresentar contribuições das Ciências Sociais para o debate em torno dos processos e efeitos da atual crise brasileira.

ESPECÍFICOS
A) Caracterizar a crise e suas dimensões, identificando os atores envolvidos, os seus objetos de disputa e os mecanismos de produção;

B) Problematizar como o Estado brasileiro vem garantindo o processo de redistribuição das conquistas sociais;

C) Discutir os múltiplos contextos da atual crise brasileira tomando a economia, a política e a violência como eixos centrais;

D) Fortalecer o intercâmbio de conhecimento entre estudantes, professores e pesquisadores das Ciências Sociais;

E) Promover a socialização da produção científica (ensino, pesquisa e extensão) no campo das Ciências Sociais.

sábado, 10 de outubro de 2015

DATAS IMPORTANTES

Envio de Trabalhos: 25/09/2015 à 13/10/2015
Envio da relação de trabalhos aceitos pelos GT's à comissão organizadora: 16/10/2015
Envio das cartas de aceite: 21/10/2015

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